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sábado, 25 de setembro de 2021

O imprescindível

 


Em 2009 quando recebi o projeto do meu barco, de pronto quis colocar mãos a obra. A construção seria em madeira e sendo eu um publicitário, com poucas habilidades no assunto, precisava de ajuda especializada.

Um marceneiro, quem? Apesar de viver há anos na cidade de Extrema, nunca tinha precisado do trabalho de um profissional da madeira. 

Quem? Uma luz, o Naldo! O conheci como músico, no tempo em que eu cobria eventos pela cidade e publicava no meu jornal. Junto com o Pablinho, Michel e Marcial (é difícil escrever e não chorar), sua banda fazia muito sucesso na cidade. Por serem muito requisitados nossos encontros eram frequentes e acabei como amigo dele e dos demais.

Quando mostrei o projeto, ele achou muito legal. Eu só tinha o projeto e a vontade de fazer. Queria  fazer, mas não sabia onde nem como. O Naldo disse que não poderia me ajudar. Puts! Era o único que eu conhecia! Mas minha frustração durou um breve minuto. Com um sorriso, traço marcante nele, me disse: acho que tenho o local ideal pra você. 

Dias depois ele me apresentou o senhor João, proprietário de uma serraria e marcenaria na cidade. Esse dia foi um marco (chorando de novo) na minha vida e na história do meu barco. Não só pelo local com espaço e equipamentos necessários, mas pelas pessoas que lá encontrei, principalmente o senhor João, que tem me ensinado e ajudado muito.

Muita vezes eu dise ao Naldo  e a pessoas que compartilhavam nossa amizade: O Naldo nunca pregou um prego na construção do meu barco, mas foi fundamental na sua realização, pois me levou ao local e as pessoas que ajudariam a realizar meu sonho. 

Fundamental talvez não seja a palavra apropriada. Vou parafrasear Bertolt Brecht: "Há homens que realizam um dia e são bons!

Há homens que realizam muitos dias e são muito bons!

Há homens que realizam a vida inteira, estes são imprescindíveis! "

Reginaldo Bertoloti você foi imprescindível! 


José Luiz Borriero 

24 de setembro de 2021, o dia que Naldo virou Luz! 

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Para navegar é preciso construir!

 Já fui mais cuidadoso com o relato da construção do nosso catamarã, O último registro foi há 13 meses. Apesar da pouca produção informativa, a construção andou! Nestes meses construí a estrutura da casaria e confesso que tive dificuldade para registrar o desenrolar desta etapa da obra. Até tentei, quando coloquei as primeiras colunas, mas no local existe muita madeira e as fotos mostravam uma poluição de tabuas, caibros e sarrafos, além das minhas vigas de pé, que pareciam mais uma na paisagem. Não dava pra distinguir muito bem. Então, o tempo passou e desencanei.
O QUE FOI FEITO: a parte da frente da casaria foi montada fora do barco, conforme o post anterior, sendo em seguida instalada no local. A partir daí foram construídas a estrutura das paredes laterais e da parede de traz. Após a finalização das paredes, a casaria será desmontada em quatro partes para o transporte ao litoral. O teto também terá três segmentos, que serão recompostos na montagem final. Tanto o teto, quanto as paredes terão forração dupla, com compensado naval, e núcleo de isopor. Claro, com aplicação de resina epóxi. A parte externa também receberá tecido leve de fibra de vidro. Vamos as fotos!



A cara da féra!




Espaço de um dos dormitórios.
Será uma cama de casal e um beliche.

Um dos segmentos do teto, sobre o convés,
pronto pra receber a forração!

Detalhe da janelas frontais.

Vídeo